O cânhamo é uma oportunidade de ouro para o Peru, mas falta progresso
Defensores da cannabis no Peru dizem que estabelecer um programa de cânhamo é fundamental para alinhar melhor o país com as metas internacionais de desenvolvimento sustentável e pode estimular o desenvolvimento econômico. Abrir um mercado para o cânhamo atrairia investidores, estimularia a inovação e novas tecnologias, ao mesmo tempo em que proporcionaria empregos governamentais e receita tributária, dizem os proponentes. Um projeto de lei pendente no parlamento do Peru isentaria o cânhamo industrial das leis de drogas do país e legalizaria o cultivo e processamento dentro de um limite de 1,0% de THC.
Apresentada pelo deputado Luis Angel Aragon Carreño, do partido Ação Popular, a lei legalizaria todas as partes da planta de cânhamo, permitindo seu uso em uma ampla gama de produtos. As flores podem ser usadas para produzir CBD, mas os produtos fumáveis são especificamente proibidos por lei.
A lei reestruturaria a atual estrutura regulatória de cannabis do Peru, que se concentra exclusivamente na cannabis medicinal e proíbe o uso de partes não floridas de plantas de cannabis. Além de remover essas restrições, a medida proposta removeria o cânhamo das regulamentações de narcóticos e drogas psicotrópicas do Peru e estabeleceria um programa de cânhamo apoiado pelo governo.
O Peru tem passou sua lei sobre cannabis medicinal em 2017, estabelecendo diretrizes apenas no final do ano passado, mas o país fica atrás de outros países latino-americanos no desenvolvimento de uma indústria doméstica de cânhamo.
“As oportunidades para a cannabis industrial são grandes”, no entanto “esta lei impede o desenvolvimento de projetos ligados à indústria medicinal que sirvam para demonstrar as vantagens industriais desta planta”, segundo os intervenientes que se uniram para defender o projeto de legislação do cânhamo através de uma campanha de educação e lobby com os legisladores….
Parlamentares consultar atualmente associações agrárias e industriais sobre as possibilidades do cânhamo em setores como têxteis, embalagens, plásticos biodegradáveis, forragens e alimentos, e avaliar o potencial da indústria para atrair investimentos, gerar empregos e gerar receitas fiscais.
Reconhecendo o potencial do cânhamo para contribuir para a economia peruana, o projeto de lei sugere que a indústria nacional poderia gerar uma receita anual estimada em US$ 35 milhões, com cerca de US$ 23 milhões provenientes de extratos de CBD.
De acordo com a lei proposta, seriam necessárias licenças para cultivo e processamento comercial; os indivíduos não seriam obrigados a ter licenças, mas teriam que demonstrar a origem legal de qualquer matéria-prima de cânhamo usada em sua produção.
A administração do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Irrigação (MIDAGRI), o Ministério da Produção e as autoridades responsáveis por outros setores relevantes, estabeleceriam os regulamentos específicos.
As consultas em andamento abrangem o controle de safras por autoridades antidrogas, fornecimento de sementes, protocolos de saúde, benefícios ambientais e oportunidades para explorar os mercados globais de carbono, de acordo com o grupo de advocacia, liderado por Raul Injoque, embaixador do Peru na Associação Latino-Americana de Cânhamo Industrial, e que inclui representantes de organizações e empresas nacionais e internacionais.
Embora o Peru tenha genes de cânhamo nativos, as variedades locais não foram comprovadas para a produção de fibras ou grãos, observa o grupo de defesa, que recomenda que o cultivo de cânhamo seja inicialmente baseado em sementes certificadas da Europa ou da China.
La Sequestro de CO2 e a remediação de solos poluídos com metais pesados também podem ser resultados positivos de uma indústria de cânhamo desenvolvida, o grupo também sugeriu.
De acordo com o projeto de lei, o MIDAGRI e o Ministério da Produção promoveriam o desenvolvimento por meio da capacitação, promoção, pesquisa e apoio aos empreendedores, com ênfase no apoio aos pequenos agricultores e no fortalecimento das comunidades agrárias.
Outras disposições específicas do projeto de lei incluem:
- Seria permitido o plantio, cultivo, colheita, operações pós-colheita, armazenamento, coleta, processamento, transporte, tratamento, comercialização, importação e exportação de cânhamo e produtos derivados do cânhamo.
- Seria permitida a produção de “sementes, óleos, tinturas, resinas, extratos, pó, farinha, fibras e outros produtos” que “podem ser utilizados na fabricação de alimentos para consumo humano ou veterinário, cosméticos, materiais de construção, energia e construção, na indústria têxtil, e qualquer outra forma de industrialização, fabricação ou produção. »
- Os produtos acabados feitos de cânhamo e destinados à distribuição e venda deverão ostentar um rótulo informando que contêm menos de 1,0% de THC delta-9.
- Seria criado um fundo para a proteção e monitoramento dos cultivos de cânhamo, cujas atividades seriam administradas pela Direção Antidrogas da Polícia Nacional do Peru.
- Também seria estabelecido um registro de produtores, processadores e importadores de cânhamo.